sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O AMANHÃ Do Dia Seguinte...



De um amanhã outro virá...
Como esperança adiante
De um instante constante
A se pronunciar,
Ao comando isento do tempo
No que se traz o algo
Ao suprir por ter
No adormecer do ontem
Um passado tardio por não mais fluir...! Sempre haverá um amanhã que de outro virá... No que ainda advirá para recomeçar Em cortes diversos livres a se alinhar No que se tem por vir A de se advir Um amanhã profuso
De alegria em cor
Ao cântico do amor
Enlevo a dançar
! ...Já é amanhã... !
Já é hora de mais um dia se anunciar.

Manollo Ferreira

"Se Ficar O Bicho Pega, Se Correr O Bicho Come"


Tudo Muda, Mundo Em Muda...


Não pare pra pensar
No início do começo
Do fim em seu desfecho
Não pare pra andar
Na inércia da pegada
Do tempo em transição
Tudo muda, mundo em muda
Voa vida em procissão
Não deixe de buscar
A glória da vitória
Na auto–afirmação
Não permita-se se apossar
Do prazer da tentação
Corpo e alma em comunhão.
Tudo muda, mundo em muda
Voa vida em conversão 

 Manollo Ferreira


sábado, 26 de novembro de 2016

Racismo É Crime !!!


 À COR DA MINHA PELE...!

A cor da minha pele é negra seu moço
Mas nem por isso sou bandido
Nem tão pouco suspeito do que ei de me acusar
A cor da minha pele é negra seu moço
O meu cabelo é naturalmente crespo
E não ruim como foi acusado no conceito do preconceito
A cor da minha pele é negra seu moço
Mas em uma escola um dia fui estudar
Onde lá aprendi a ler, a escrever, e a minha cidadania exercitar
A cor da minha pele é negra seu moço
A minha religião por crença e fé é o candomblé
Nem por isso Deus deixou de ser criador e Jesus o meu salvador
A cor da minha pele é negra seu moço
Misturada com a cor do meu sangue
Sangue vermelho da mesma cor que a cor do sangue do senhor
A cor da minha pele é negra seu moço
Mas quando o dia da morte pra nós dois chegar
A minha cor e a do senhor pra terra de nada vai importar.

Manollo Ferreira



quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Rio São Francisco !


Velho Chico !


Opara !
Antagonias Em Curso ~



Estende-se ao legado do nobre rio
Mitos, lendas, rituais, crendices.
... Figuras folclóricas a emergir... !
Em causos e histórias por ribeirinhos a se contar...
Das aparições do Nego D’Água,
Afugentando barqueiros e remeiros fazendo o barco virar
Aos encantos da Mãe D’água,
Por seduzir pescadores, às profundezas das tuas águas, pra nunca mais voltar.
Tendo assim, na plenitude do teu leito,
Barcos nas crenças a navegar,
Resguardados nas carrancas,
Suas águas a desbravar.
Pelo manancial que mana e emana
Barragens energia a gerar.
Riquezas, farturas, natureza a se mudar.
Nas tuas águas a pesca por muitos se faz prosperar,
Do fruto da terra semente se bota a brotar,
Vistosos lugares, irrigados pomares,
À boca sedenta na sede da fome se faz alimentar.
Paradisíacos cenários em terra a figurá-lo
Belíssimas Ilhas em beleza a adorná-lo.
!!! Imponente e lendário OPARA, Rio dos Currais,
Rio da Unidade Nacional, Nilo Brasileiro,
Rio São Francisco... Velho Chico !
Hoje já não mais tão saudável...
Além da agressão causada pelo mal da poluição
És vitimado pela destruição da tua mata ciliar
Sucumbindo-o ao acometimento da erosão
Em detrimento o assoreamento,
Que se faz a moléstia de sua exaustão,
Às secas lágrimas que afogam-se em lamentação
No curso das tuas antagonias por exaurir.


Manollo Ferreira



sábado, 19 de março de 2016

Dia Da Poesia

Tecendo Versos A Me Vestir De Poesia...!
~ Quando Estou Eu A Fazer Um Poema ~


Quando estou eu a fazer um poema, eu o sinto, no seu espaço, dentre seus limites e sua imensidão, no seu tempo em sua precisão, sinto seus prazeres e desprazeres... Sinto seus cheiros, sinto seus gostos visceralmente entranhados nas suas loucuras e na sua razão... Com fome ou sem fome, eu o como, com sede ou sem sede, eu o bebo, satisfeito... Embriago-me...!
Quando estou eu a fazer um poema, sinto o amor e a dor que dele emana, sinto seus medos, suas coragens, vigores e fraquezas, suas felicidades gargalhadas em risos de alegria, suas tristezas e lamúrias que dimanam das suas desventuras em harmonia. Eu o ouço, no barulho das suas guerras, na serenidade voraz da sua paz... Eu me rendo ! Às suas melodias, aos seus diálogos, às suas perguntas e respostas, precisas e imprecisas, afirmativas e negativas, lógicas e ilógicas... Eu confesso ! Verdades, mentiras, nos seus reclames em conclames... Eu me ‘trago’ !
Quando estou eu a fazer um poema, eu me visto, eu me dispo, ao seu frio, ao seu calor, ás suas castidades e tentações... Eu me basto !
Quando estou eu a fazer um poema, eu o vejo, vejo suas formas, suas feiuras e formosuras, suas cores e texturas, ao encontrar-me na sua luz, ao me ater a sua escuridão, eu me vejo, perdido ou encontrado, eu me acho em meio ao silêncio calado que decorre da multidão, ou sozinho tomado pelo estampido da solidão.
Quando estou eu a fazer um poema, broto-me, frutifico-me, colho-me, como-me, nas linhas e dentre linhas, degusto-me a me fartar.
Quando estou eu a fazer um poema, eu me enlevo, vivo-o, morro-o, ressuscito-me, sou criatura, sou criador, no ofício pleno dos meus poderes, em versos eu o prendo, julgo, condeno, solto-o, na sua liberdade eu voo, viajo, na terra aos céus, vou-me para lugares por onde já estive, e por onde nem sei onde estou, crio histórias, personagens, mundos... Inimagináveis lugares !... Eu volto, eu fico a me achar onde estou... No verso ou na prosa, a parir o meu eu, e até mesmo quem eu nem sei quem sou.


Manollo Ferreira