segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ao Som da Minha Morte !

Como Uma Bola De Sabão...


Eu tô indo... Eu tô indo embora...


Como uma bola de sabão a flutuar no ar

 ... Eu tô indo embora!

Ao lampejo da aurora

Vou ao vento a soprar,

Numa brisa bem serena,

Sussurrando transparente

A quem possa escutar

O estalido do adeus

Como uma bola de sabão ao dissipar no ar.

Meus sentidos eu mais nem sinto

O sentido eu nem sei

Pois o peso do meu corpo

Não preciso mais levar,

Já que estou a viajar

Sem saber quando chegar

Ou aonde vou parar

O caminho nem cor têm

Não tem cheiro nem sabor

Já não ouço algum desejo

 Por não ter como tateá-lo.

Sem despesa a pagar

Nem bagagem a carregar

Rumo ao desconhecido

 Vou seguindo o meu destino

Sigo incerto a algum lugar

Como uma bola de sabão a flutuar no ar

Sem o chão pra me achar

Sem caminho pra voltar

Sigo a sina da estrada

Sem um aceno da chegada

Sem ninguém a me esperar

Como uma bola de sabão ao dissipar no ar!

Ao som da minha morte, no esplendor do incontroverso,
gargalhas para mim numa nuance de cores este poema,
 Para que no desterro do viver, meus dizeres
não se atenham a uma póstuma lamuria de vida em preto e branco,
agora, já cravada ao crepúsculo imperativo de um tumulo,
 envolto por sua intrínseca afasia... A me... Sorver!






Foto: Google
Manollo ferreira

O Lado Bom Da Morte



A morte é algo tão maravilhoso, não acham? Que pergunta tão estranha... Mas o que seria a vida sem a morte?


Para existir vida tem que existir morte. A morte dá um significado muito mais valorativo e importante à vida (a morte física, obviamente). Sem morte, a vida não teria sentido e seria completamente vazia.


É como o Yin e o Yang. A vida é composta por este tipo de coisas: Bem e Mal, simpatia e antipatia, felicidade e infelicidade, egoísmo e altruísmo, vida e morte. Se assim não fosse, não seria a mesma coisa. Os opostos completam-se, logo, a morte completa a vida.


Tememos tanto a morte, mas temos muitas mais razões para temer a vida. As pessoas não entendem que a morte não é mais do que o desaparecimento da face da Terra. E o que é que sabemos disso? Nada! Apenas podemos ter receio do que não conhecemos. Contudo, se conhecemos a vida e os perigos que temos que enfrentar para viver bem, porque não nos preocupamos com ela? Tenho o dobro de receio da vida do que da morte. Esta última para mim nada significa senão aquilo que disse anteriormente.



Se o conceito de morte nos acompanhar constantemente, viveremos definitiva e irrevogavelmente melhor. Se tivermos a percepção de que a qualquer momento podemos simplesmente parar de respirar, então veremos a vida com outros olhos. Veremos a vida como aquelas pessoas que vêem uma coisa pela última vez e não podemos negar que, o que se sente, ao fazê-lo, é bom.



A morte é algo óptimo, acreditem. Sem ela, nunca viveriamos, apenas existiriamos. Sem ela, nasceriamos mortos. A vida é boa, alucinante, perigosa, excêntrica, gloriosa, verdadeira porque a morte existe. A morte completa a vida.


Publicada por Filosofia de Vida. Tirado do endereço: http://bernardosantosmartins.blogspot.com/2010/09/o-lado-bom-da-morte.html


Foto: Google