domingo, 27 de fevereiro de 2011

Jessier Quirino


Foto: Google

Arquiteto por profissão, poeta por vocação, matuto por convicção. Apareceu na folhinha no ano de 1954 na cidade de Campina Grande, Paraíba e é filho adotivo de Itabaiana também na Paraíba, onde reside desde 1983.

Filho de Antonio Quirino de Melo e Maria Pompéia de Araújo Melo e irmão mais novo de Lamarck Quirino, Leonam Quirino, Quirinus Quirino e irmão mais velho Vitória Regina Quirino.
Estudou em Campina Grande até o ginásio no Instituto Domingos Sávio e Colégio Pio XI. Fez o curso científico em Recife no Esuda e fez faculdade de Arquitetura na UFPB – João Pessoa, concluindo curso em 1982. Apesar da agenda artística literária sempre requisitada, ainda atua na arquitetura, tendo obras espalhadas por todo o Nordeste, principalmente na área de concessionárias de automóveis. Na área artística, é autodidata como instrumentista (violão) e fez cursos de desenho artístico e desenho arquitetônico. Na área de literatura, não fez nenhum curso e trabalha a prosa, a métrica e a rima como um mero domador de palavras.
Preenchendo uma lacuna deixada pelos grandes menestréis do pensamento popular nordestino, o poeta Jessier Quirino tem chamado a atenção do público e da crítica, principalmente pela presença de palco, por uma memória extraordinária e pelo varejo das histórias, que vão desde a poesia matuta, impregnada de humor, neologismos, sarcasmo, amor e ódio, até causos, côcos, cantorias músicas, piadas e textos de nordestinidade apurada.

Dono de um estilo próprio "domador de palavras" - até discutido em sala de aula - de uma verve apurada e de um extremo preciosismo no manejo da métrica e da rima, o poeta, ao contrário dos repentistas que se apresentam em duplas, mostra-se sozinho feito boi de arado e sabe como prender a atenção do distinto público.
Nos espetáculos com fundo musical, apresenta-se acompanhado de músicos de primeira grandeza, entre os quais, dois filhos, que dão um tom majestoso e solene ao recital. São eles: Vitor Quirino (violão clássico), e Matheus Quirino (percussão). Os músicos Letinho (violão) e China (percussão) atuam nos espetáculos mais elaborados.
Apesar de muitos considerá-lo um humorista, opta pela denominação de poeta, onde procura mostrar o bom humor e a esperteza do matuto sertanejo, sem, no entanto fugir ao lirismo poético e literário.


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Recursos Pleonásticos



Limite Extremo !
Como novidade inédita
Do panorama geral
Não importa quem entra pra dentro
Menos ainda quem sai pra fora
Seja o protagonista principal
Ou uma surpresa inesperada
Da quantia exata
Como certeza absoluta
São as metades iguais
Do monopólio exclusivo
Do fato verídico
Anexado juntos
Como elo de ligação
Dos sintomas indicativos
Encarando de frente
 A última versão definitiva
Do acabamento final.

Foto: Google
manollo ferreira

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

DEIXE-SE EM PAZ!


"Geralmente é o que se deseja intimamente: paz para o mundo, paz para todos, paz para os torcedores, paz para os moribundos, paz para os iraquianos. É um desejo legítimo, mas qual a nossa contribuição prática para ajudar a construir uma serenidade universal? O máximo que podemos fazer é garantir nossa própria paz. Portanto, esses são meus votos: deixe-se em paz.
Parece uma frase grosseira, mas é apenas um desejo sincero e generoso. Deixe-se em paz. Não se cobre por não ter realizado tudo o que pretendia, não se culpe por ter falhado em alguns momentos, não se torture por ter sido contraditório, não se puna por não ter sido perfeito. Você fez o melhor que podia.
Aproveite para estabelecer metas mais prosaicas para o futuro que virá, ou até meta nenhuma. Que mania a gente tem de fazer listinha de resoluções, prometer mundos e fundos como se uma simples virada de ano bastasse para nos transformar numa pessoa mais completa e competente. Você será o que sempre foi - e isso já é muito bom, pois presumo que você não seja nenhum contraventor, apenas não consegue dar conta de todos os seus bons propósitos, quem consegue? Às vezes não dá. Vá no seu ritmo, siga sendo quem é, não espere entrar numa cabine e sair de lá vestido de super-homem ou de super-mulher. Deixe de fantasias. Deixe-se em paz.
Se quer tomar alguma resolução, resolva ajudar os outros, fazer o bem, dedicar-se à coletividade, seja mais solidário. Não deixe os menos favorecidos na paz do abandono, na paz do esquecimento. Mas esquecer um pouco de você mesmo, pode. Deve. Não se enquadre em comportamentos que não lhe caracterizem, não se enjaule por causa de decisões das quais já se arrependeu, não se arrebente por causa de questionamentos incessantes. Liberte-se desses pensamentos todos, dessa busca sofrida por adequação e ao mesmo tempo por liberdade. Nossa, ser uma pessoa adequada e livre ao mesmo tempo é uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Será mesmo tão necessário pensar nisso agora? Deixe-se em paz.
Não dê tanta importância à melhor roupa para vestir, à melhor frase para o primeiro encontro, às calorias que deve queimar, à melhor resposta para quem lhe ofendeu, às perguntas que precisa fazer para se autoconhecer. Chega de autoconhecer. Deixe-se em paz.
No fundo estou escrevendo para mim mesma. Não me deixo em paz. Estou sempre avaliando se agi certo ou errado, cultivo minhas dúvidas com adubo e custo a me perdoar. Tenho passe livre para o céu e também para o inferno.
Preciso me deixar em paz, me largar de mão, me alforriar. Só falta alguém ensinar como é que faz isso."
(Martha Medeiros)

Enviado por Ana C. Moreira

Foto:Google

domingo, 13 de fevereiro de 2011

No Murmúrio Da Cannabis


O fumegar da mente
O enrubescer dos olhos
O despertar do outro

O adormecer do veto
O deleitar da matéria
O insaciar do ser

O ensandecer da curva
O cristalizar da volta

O debilitar do grito
O fortalecer do eco

O apreciar do bom
O conhecer do mau

O saborear do tudo dentro do todo
O aprazer do agora dentro do nada.


Foto: Google


manollo ferreira

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

As Múltiplas Linguagens Das Mãos



De: Ghiaroni (imortalizado por Procópio Ferreira) com interpretação em video com Bibi Ferreira.


Para que servem as mãos?

As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever...
As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau, salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário; Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena; foi com as mãos que Jesus amparou Madalena; com as mãos David agitou a funda que matou Golias; as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos gladiadores vencidos na arena; Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência; os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!
Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram. A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir; o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar; o honesto trabalhar e o viciado jogar. Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba! Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!

As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva. Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor. Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes; no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.
O autor do "Homo Rebus" lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida; a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem. Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas. A mão aberta, acariciando, mostra a bondade; fechada e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada a pena e a cruz!

Modela os mármores e os bronzes; da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza. Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza; doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos. O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade. O noivo para casar-se pede a mão de sua amada; Jesus abençoava com a s mãos; as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.
Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar. Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias. E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem. Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.
E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.
E as mãos dos amigos nos conduzem...
E as mãos dos coveiros nos enterram!

Texto indicado por Agnaldo Setubal

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Diferenças Que Fazem A Diferença



Como Conviver com as Diferenças
Em um mundo cada vez mais globalizado e sem fronteiras, tornam-se cada vez mais reconhecível e complexa as diversidades existentes no planeta. Diferentes culturas, etnias, raças e tantas outras diversidades, e lamentavelmente, cada vez menos harmônico.
As diferenças são claras, podem ser percebidas no teatro e no cinema, podem ser interpretadas nas novelas da TV, mostrada nos telejornais, assistidas em uma partida de futebol, observadas nos "big brothers" da vida ou até mesmo em casa ou no trabalho, coladinho com quem se convive tanto tempo da vida.
Tão claras quanto às percepções, são as dificuldades em conviver com tantas diferenças. Mesmo com tantas riquezas de diversidades, o homem trava consigo uma busca incansável pela satisfação pessoal, aflora o seu egoísmo e acaba excluindo tudo aquilo que julga não lhe ser conveniente. Essas concepções colocadas em prática dificultam o entendimento e o relacionamento humano, fere os direitos dos outros e agride a identidade de diferentes culturas. É certo que o desafio de conviver com as diferenças é uma tarefa árdua, mas precisa ser encarada como uma necessidade humana, pois ao respeitar o próximo, certamente abriremos espaços para que as nossas diferenças também sejam respeitadas.
Não existe em hipótese alguma cultura superior ou inferior. Todos têm sua cultura, individual ou coletiva. Na maioria das vezes é coletiva, pois sempre está relacionada a uma terceira pessoa. A cultura de uma sociedade adquire formas diversas através do tempo e do espaço – indeterminado.
As manifestações culturais se manifesta através da sua originalidade e pluralidade de identidades que caracterizam grupos e sociedades da humanidade. Comparada com as necessidades da diversidade biológica para a natureza, a diversidade cultural é para nós fator primordial para entendermos toda história da humanidade. Nesse sentido, constitui um patrimônio comum de toda sociedade que tem o dever de ser reconhecida como tal, registrada e consolidada em benefício das gerações futuras.
Aprendemos no ensino fundamental e médio que diferenças existem, mas devem ser respeitadas, quando assistimos às aulas de história e até mesmo de geografia, constatamos muitas diferenças. Os negros não poderiam em hipótese alguma misturar-se com brancos, considerados a classe dominante, nobreza e clero. Fomos educados e ensinados a pensar dessa maneira. Negros eram escravos e ficavam na senzala e os brancos donos de tudo e de todos moravam na casa grande.

Esse pré-conceito existente atualmente na sociedade fragmentada atual não estaria na nossa própria história? A culpa desse preconceito, das diferenças sociais, econômicas não estaria em nós mesmo? Quem faz parte dessa história ensinada nas salas de aulas hoje em dia?
Diferenças existem sim, e é inevitável não conviver com ela. Mesmo com tantas diferenças existentes, uma coisa é certa, todos tem perante a constituição os mesmo direitos e deveres a cumprir, nos tornando relativamente iguais. Independentes disso um velho sábio – Geraldo Vandré – já dizia em sua melodia “Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais braços dados ou não, nas escolas, nas ruas, campos e construções, caminhando e cantando e seguindo a canção, vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, e não espera acontecer...

Autor: Jéssica da Cruz Seno


Foto: Google

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

De Quem É A Culpa Do Compromisso Com A Educação ?



Professor X Educador

Ser professor é apenas uma função técnica, ser educador vai além. A escola que trabalha voltada para o conteúdo, onde cada professor pensa que sua obrigação maior é "dar o programa", precisa reestudar a sua função. Temos de nos convencer de que a base do compromisso educacional é o "objetivo'' e não a "matéria"... Pois não basta a escola ser um simples difusor de conhecimentos. Ensinar a ler, a contar, a conhecer a geografia, a história, as ciências é sem dúvida tarefa meritória. Mas a vida moderna exige da escola muito mais: ela tem de levar o aluno a pensar, a contextualizar, a analisar comparativamente, a quebrar preconceitos, a buscar soluções gradativas para problemas que afetam a sua comunidade.
Enfim a escola tem também a nobre função de formar cidadãos... (Renato Mesquita) e para isto é necessário transformar o pessoal docente de instrutores em educadores. Mas essa é uma proposta repetida inúmeras vezes, em cursos e palestras que eventualmente assistimos. O importante é como conseguir isso.
A escola e o professor em particular têm uma responsabilidade extraordinária na formação do adolescente, no aperfeiçoamento da pessoa como ser integral. Esse aperfeiçoamento deve embasar-se numa filosofia de vida indispensável á formação do ser humano. É o homem em condições de zelar pela sua dignidade individual perante a coletividade; é o ser ajustado á família, á comunidade de vivência, ao trabalho, ás instituições, ao respeito aos demais indivíduos; é a pessoa cultivada para servir ao próximo, sem preconceitos de quaisquer naturezas, visando o aprimoramento individual, coletivo, universal; etc.
Os parágrafos acima mostram, em resumo, quais seriam os objetivos da educação ou as finalidades legais da educação contidas nos documentos oficiais. Mas a realidade do texto legal não corresponde a realidade das nossas escolas. Uma análise, por mais superficial que seja, não pode fugir a uma constatação de imediato. O professor e as escolas de um modo geral, ainda não colocaram o aluno no centro de seus interesses, procurando de forma compatível com aquelas finalidades, atender as verdadeiras necessidades da adolescência e do ser humano.
Nossas escolas oscilam entre dois campos gravitacionais (e os professores devem, ou é aconselhável, seguir essa orientação): o conteúdo e o documento. Umas vivem em função do conteúdo; é necessário "dar a matéria", "cumprir o programa", mesmo que os alunos não os acompanhem... Nestas os índices de reprovação são elevados, o que se constitui num título de glória e qualificação do estabelecimento...
Outras, talvez a maioria, vivem em função do documento. É preciso ter documentos para arquivar ou apresentar á inspeção. A realidade e o valor do que consta no documento é de segunda importância. Cumprido os dias letivos, o número de disciplinas de cada série, provas realizadas, certidões anotadas, pagamentos em dia... Tudo foi perfeito. Para o aluno essa escola dá uma lição imediata - a questão é estar documentado e, para ele, documento é "nota de aprovação". Tudo então se resume na campanha para obtenção da nota de aprovação, isso com aplausos docente, familiar e social... Algumas escolas "inovam inteligentemente" (sic) chamando a nota de "conceito". Há até as que inventaram um processo de tirar média de conceitos!
E o pior que para se chegar a essas "brilhantes" conclusões, vem aí "reuniões pedagógicas" eivadas de "nobres", "brilhantes" e "maravilhosas" opiniões e conclusões... Pérolas da intelectualidade pedagógica.

O que é necessário é uma mobilização ou conscientização do docente para o seu papel de educador e não de instrutor de conteúdo. É necessário que reflitam sua vivência para que possam atender as reais necessidades da sua clientela, ou seja, do adolescente. Quais seriam essas necessidades? Seriam elas hoje idênticas às deerações passadas?

Podemos apontar algumas:

A aceitação social. Os adolescentes precisam encontrar maior aceitação social; tem permanente preocupação de evitar as acusações dos maiores. Até que ponto são eles os responsáveis pelos fatos em que se envolvem? O pertencer a um grupo: Fazer parte de um grupo é uma necessidade imperiosa. Mas como ser aceito pelo grupo? As atividades escolares precisam cuidar atentamente disso; preparar o aluno para que ele saiba escolher e participar ativa e construtivamente nos seus grupos de trabalho e lazer; A afeição: Os adolescentes na instabilidade biopsicológica que os caracteriza, necessitam freqüentemente de afeição. O tratamento distante e padronizado provoca acúmulo de descontentamento e juízos deformados. Tal fato ocorre na família também, provocando as demonstrações aparentemente ridículas de adolescentes que procuram aparentar o oposto, isto é, de que são auto-suficientes e não precisam da simpatia e amizade de parentes e professores.
A escola dentro daquelas finalidades não pode alhear-se ao problema; A responsabilidade. Os adolescentes gostam de assumir responsabilidades e serem considerados responsáveis. A escola que dá "matéria" e "notas" para cada classe não toma conhecimento de cada aluno. Mesmo quando exige uma responsabilidade dos alunos, ela não se apresenta na forma compatível com a necessidade dos adolescentes; é responsabilidade imposta, não aceita.
Outras necessidades poderão ser facilmente levantadas por uma escola que tenha o espírito de pesquisa. Associando as finalidades da educação com o atendimento das necessidades da adolescência através do emprego de disciplinas e práticas educativas no seu exato sentido, as escolas têm elementos para realizar excelente ação educativa.
Mas vamos procurar os educadores. Onde poderiam estar? Encontramos professores, muitos... Mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança... ...que terá acontecido com ele, o educador... resta-lhe algum espaço? Será que alguém lhe concede a palavra e lhe dá ouvidos? Merecerá sobreviver? Tem alguma função social ou econômica a desempenhar?
... Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer: jequitibá e eucaliptos, não é tudo árvore , madeira? No final, não dá tudo no mesmo?

Não, não dá tudo no mesmo, porque cada árvore é a revelação de um "habitat", cada uma delas tem cidadania num mundo específico... Há árvores que tem personalidade... Diferente de todas, que sentiu coisas que ninguém mais sentiu...
Os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma "estória" a ser contada. Habitam um mundo em o que vale é a relação que os ligam aos alunos, sendo que cada aluno é uma "entidade" "sui generis", portador de um nome, também de uma "estória", sofrendo tristezas e alimentando esperanças. E a educação é algo para acontecer neste espaço invisível e denso, que se estabelece a dois... (Rubem Alves).
Mas os professores são habitantes de um mundo diferente, onde o "educador" pouco importa, pois o que interessa é um "crédito" cultural que o aluno adquire numa disciplina identificada por uma sigla, sendo que, para fins institucionais, nenhuma diferença faz aquele que a ministra. Por isso mesmo, professores são "entidades" descartáveis, da mesma forma como há canetas descartáveis, etc...
O educador constrói, habita um mundo em que a interioridade faz uma diferença, em que as pessoas se definem por suas visões, paixões, esperanças e horizontes utópicos. O professor ao contrário, é funcionário de um mundo dominado pelo Estado e pelas empresas. É uma entidade gerenciada, administrada segundo a sua excelência funcional...

Fonte:http://pt.shvoong.com/humanities/1669340-professor-educador/

Foto: Google

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Caledário E Sua Louca História No Tempo




Curiosidades Sobre os Meses do Ano
Calendário Romano
  • Janeiro: É o primeiro mês do ano nos calendários juliano e gregoriano. É composto por 31 dias. O nome provém do latim Ianuarius, décimo-primeiro mês do calendário de Numa Pompílio, o qual era uma homenagem a Jano, deus da mitologia romana. Júlio César estabeleceu que o ano deveria começar na primeira lua nova após o solstício de inverno, que no hemisfério norte era a 21 de dezembro, a partir do ano 709 romano (45 a.C.).
  • Fevereiro: É o segundo mês do ano, pelo calendário gregoriano. Tem a duração de 28 dias, a não ser em anos bissextos, em que é adicionado um dia a este mês. Já existiram três dias 30 de Fevereiro na história. O nome fevereiro vem do latim februarius, inspirado em Februus, deus da morte e da purificação na mitologia etrusca. Originariamente, fevereiro possuia 29 dias e 30 como ano bissexto, mas por exigência do Imperador César Augusto, de Roma, um de seus dias passou para o mês de agosto, para que o mesmo ficasse com 31 dias, semelhante a julho, mês batizado assim em homenagem ao Imperador Júlio César.
  • Março: O mês de março é o terceiro mês do ano no calendário gregoriano e um dos sete meses gregorianos com 31 dias. O seu nome deriva do deus romano Marte.
  • Abril: É o quarto mês do calendário gregoriano e tem 30 dias. O seu nome deriva do Latim Aprilis, que significa abrir, numa referência à germinação das culturas. Outra hipótese sugere que Abril seja derivado de Aprus, o nome etrusco de Vénus, deusa do amor e da paixão. É por esta razão que surgiu a crença de que os amores nascidos em Abril são para sempre.
  • Maio: É o quinto mês do calendário gregoriano e tem 31 dias. O seu nome é derivado da deusa romana Bona Dea da fertilidade. Outras versões apontam que a origem se deve à deusa grega Maya, mãe de Hermes.
  • Junho: É o sexto mês do calendário gregoriano e tem 30 dias. O seu nome é derivado da deusa romana Juno, mulher do deus Júpiter.
  • Julho: É o sétimo mês do ano no Calendário Gregoriano, tendo a duração de 31 dias. Julho deve o seu nome ao imperador romano Júlio César, sendo antes chamado Quintilis em latim, dado que era o quinto mês do Calendário Romano, que começava em Março. Também recebeu esse nome por ser o mês em que César nasceu.
  • Agosto: Do latim Augustus, é o oitavo mês do calendário gregoriano. É assim chamado por decreto em honra do imperador César Augusto. Este não queria ficar atrás de Júlio César, em honra de quem foi baptizado o mês de julho, e, portanto, quis que o “seu” mês também tivesse 31 dias. Antes dessa mudança, agosto era denominado Sextilis ou Sextil, visto que era o sexto mês no calendário de Rômulo/Rómulo (calendário romano).
  • Setembro: É o nono mês do ano no Calendário Gregoriano, tendo a duração de 30 dias. Setembro deve o seu nome à palavra latina septem (sete), dado que era o sétimo mês do Calendário Romano, que começava em Março. Na Grécia Antiga, Setembro chamava-se Boedromion.
  • Outubro: É o décimo mês do ano no calendário gregoriano, tendo a duração de 31 dias. Outubro deve o seu nome à palavra latina octo (oito), dado que era o oitavo mês do calendário romano, que começava em março. Uma curiosidade é que outubro começa sempre no mesmo dia da semana que o mês de janeiro, quando o ano não é bissexto.
  • Novembro: É o décimo primeiro mês do ano no calendário gregoriano, tendo a duração de 30 dias. Novembro deve o seu nome à palavra latina novem (nove), dado que era o nono mês do calendário romano.
  • Dezembro: É o décimo segundo e último mês do ano no Calendário Gregoriano, tendo a duração de 31 dias. Dezembro deve o seu nome à palavra latina decem (dez), dado que era o décimo mês do Calendário Romano.

 Fontes: Nova Enciclopédia Barsa e Wikipedia (a enciclopédia livre)

Foto: Google

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A Cultura e a Arte do Sertão do São Francisco


VIVA A ARTE DA CULTURA!
VIVA A CULTURA DA ARTE!


Na minha infância no bairro de Piranga, na cidade de Juazeiro-BA, fazer arte, não era mais que uma peraltice pueril, ou, invenção de um adulto maluco. Tempos em que, para alguns muitos, a verdadeira arte ainda não tinha se quer sida devidamente apresentada, como para outros tantos muitos, a mesma nem se quer poderia por artistas se fazer ser mostrada.

Os tempos se passaram, alguns poucos muros das impossibilidades ruíram, todavia, a Arte nas suas múltiplas linguagens, ainda permanece subjetivamente vestida... Trans-vestida... Despida... Inacessivelmente ainda concebida.

Nas cidades de Sobradinho-Ba, Juazeiro-Ba, Petrolina-Pe, Casa Nova-Ba, Uauá-Ba e Curaçá-Ba, a Arte é como uma frondosa árvore, com raiz de procedência, caule de sustentação, folhagem de multiplicação e, fruto de degustação. Os artistas da arte, ainda pouco são conclamados artistas por autoridade, ou até mesmo por propriedade da própria arte que lhe advém.

Sobradinho dos poetas, atores, músicos, cordelistas, artistas de origens tantas, culturas diversas, de diversas culturas... Blezas mil...

... Por falta de uma devida atenção, passou por tempos de estagnação, atualmente nas divinas e providenciais intenções, são trilhados caminhos promissores, caminhos estes semeados e cultivados nas ações que tendem a resgatar e a ressaltar a velha e nova arte cultural de onde se tem como direito de todos e para todos o dever de frutificar arte e cultura por toda parte.

Juazeiro do folclore, dos penitentes, da dança, de músicos, poetas, atores, de escritores... De histórias escritas e encenadas, cantadas, memórias conclamados , em prosa, em versos, por muitos declamadas ...

... Dos tempos ascendentes, quando a arte de fazer cultura era mais que obrigação, era dever. Hoje, onde o velho é consumado como novo e o novo não deixa de ser velho. As produções e reproduções culturais ainda mantem-se voltadas para o centro do centros. Faltam artistas convidando o suburbano da periferia para o próximo espetáculo, levando-os a saciar da descentralização dos centros, nutrindo de diversão e arte a quem mais padece da  inacessibilidade sociocultural.

Petrolina! Nas vivas cores da cultura, artistas que modelam às mãos, cantam, poetisam, dançam, entoam e encantam...

... Cidade que exala sua cultura nas suas ricas e abundantes manifestações culturais populares. São jovens, velhos, crianças, na praça, na rua, no palco, fazendo arte, levando cultura a toda parte, a toda hora, a todo instante.

Casa Nova... Casa da Cultura, casa da música, casa da poesia, casa que da arte se fez moradia. Teve como grande marco cultural a Casa da Cultura, que por alguns saudosos anos figurou como “maternidade” regional de poetas e poetisas revelando anônimos talentos de todos os lugares...

... Na heróica luta do grande poeta e músico Elmar Herculano, quando anualmente travava árduas batalhas com empresários e comerciantes da região, com a expressa finalidade de angariar verbas junto a estes para que se realizasse o maior e mais admirável Festival de Poesia da região. Desde 2006, após quatro anos no ostracismo, a poesia emergiu na cidade de Casa Nova, exatamente em 2010, merecidamente homenageando em festa o grande mestre Elmar, com um suntuoso festival de poesia que levaria honrosamente o seu nome.

Uauá! Na sua cultura típica do bode ao umbu, na arte dos músicos, poetas, cordelistas, contadores de história, dos cânticos, cantigas dos tempos de outrora....

... Cidade de população significativamente maioria feminina, em beleza e alegria a refletir a sua majestosa simpatia.
   
Curaçá! Terra da festa de vaqueiros, da marujada, de músicos,  dos poetas, da filosofia, confraria de astros na mais pura sintonia. !!! É neste solo fecundo, advindo dos muitos mundos onde a arte é parte cultural, e a cultura é a arte da parte de todos... !!! É neste solo sem fronteiras, de um só idioma, de uma só convenção, no provento de produzir o que já é de direito dos seus, no quando amanhece e anoitece arte e cultura ilimitadamente sem contestação....

... Cidade onde a cultura rebenta nas culturalmente bem traçadas ruas, no seu charmoso teatro, nas antigas arquiteturas das suas casas, nos papos filosóficos das suas cabeças psicodélicamente pensantes...

Ainda sinto fome... Ainda sinto sede de cultura! Sinto por aqueles que os seus acordes ainda não podem ouvir, sinto por aqueles que ainda das suas cores não se podem enxergar, sinto por quem ainda não tem como tocá-la, Sinto por quem dela ainda não pode inalar, sinto por todos que dela não podem degustar... Sinto por quem está por perecer por dela ainda não se alimentar.

Viva a cultura! Viva a arte! Viva a cultura popular! Viva a arte de lembranças contadas, ouvidas, visualizadas... Sentidas... Viva a arte dos sentidos, do sentir de se sentir na arte, quando arte, como arte, com arte!!!


VIVA A ARTE DA CULTURA!

              VIVA A CULTURA DA ARTE!

                   VIVA A ARTE DE VANGUARDA!

Foto: Google


Manollo Ferreira
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Pedagogo Que Instituiu o Kardecismo


Biografia de Allan Kardec (Sinopse)
Desde a juventude, Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em 3 de outubro de 1804, em Lyon, na França, já manifestava uma profunda preocupação com a educação da sociedade. Chegou a substituir o mestre Pestalozzi na escola de Yverdun, na Suiça e retornou a Paris, em 1828, cheio de sonhos e de projetos.
Após estudar o magnetismo desde a juventude, em 1854, aos 50 anos de idade, toma contato com os fenômenos mediúnicos, as chamadas mesas girantes. Sua genial perspicácia o fez perceber que por trás daqueles fenômenos, aparentemente pueris, se ocultava a explicação para muitos problemas existenciais considerados insolúveis.

Dali, adaptando o método experimental das ciências, extraiu uma filosofia laica e espiritualista de bases experimentais, uma ciência de observação, toda uma ética de princípios voltada para o progresso moral e social. Não se limitou à constatação do fato, como o fizeram depois dele os metapsiquistas e parapsicólogos. Foi muito mais além. Estruturou uma filosofia científica que denominou de Espiritismo e criou uma terminologia toda própria, adequada aos fenômenos medianímicos. Elaborou um método, também conhecido como kardecismo, e inseriu essa nova corrente de pensamento no cenário cultural da França e do mundo, em 18 de abril de 1857, com o lançamento de O Livro dos Espíritos, que assinou com o pseudônimo de Allan Kardec. Segundo informações de Espíritos que o auxiliaram na elaboração do Espiritismo, esse nome teria sido o de uma encarnação ao tempo dos celtas, como druida.

Longe de ser uma doutrina para iniciados, com hierarquias e concepções esotéricas e dogmáticas, o Espiritismo logo se mostrou como uma corrente filosófica espiritualista, progressista e progressiva, comprometida com o processo de evolução intelecto-moral da humanidade. Em seu tempo, Kardec era conhecido como o Fundador do Espiritismo, mas também, até pejorativamente, de O Professor Socialista, não no sentido ideológico do termo, mas no de ser um intelectual e pedagogo preocupado com questões de natureza social, relacionadas à educação integral do homem e da sociedade.

Para o Espiritismo, o processo histórico é evolutivo e avança quando entram em choque os interesses de grupos antagônicos entre si, gerando os conflitos sociais, necessários ao progresso da Humanidade. Kardec, sensível a essa idéia, a desenvolve e observa que “em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso. Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade.

A preocupação com o poder também não ficou de fora das conjecturas de Allan Kardec. Ele defendia a tese de que no seu exercício é fundamental, além do preparo intelectual, a moralidade. Em termos práticos, essa idéia consubstancia-se no que denominou de aristocracia intelecto-moral, composta por um corpo dirigente animado por sentimentos de justiça e de caridade.

Nos últimos anos de sua vida, preocupado com a continuidade do Espiritismo, elaborou todo um programa organizacional de estruturação e propagação da Doutrina, que ainda hoje serve de modelo para os espíritas seguidores de suas idéias. Um de seus últimos desejos foi a estruturação de uma espécie de comunidade espírita, que seria construída em um terreno de sua propriedade, que deixou para tal empreendimento.

Kardec foi, portanto, no sentido gramsciano, um intelectual orgânico, ou seja, um pensador humanista voltado para a práxis, empreendedor e ativista. Fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, a Revista Espírita, escreveu cerca de 30 obras num curto espaço de 12 anos. Viajou por toda a França divulgando a idéia espírita através de conferências e incentivou a criação de grupos de estudos espíritas por toda a Europa. Foi um grande idealista, comprometido com a educação e a construção de uma nova sociedade, alicerçada em bases morais. Faleceu em Paris, a 31 de março de 1869, aos 64 anos (65 anos incompletos) de idade, em decorrência da ruptura de um aneurisma, quando trabalhava numa obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo, ao mesmo tempo em que se preparava para uma mudança de local de trabalho. Está sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, uma célebre necrópole da capital francesa. Junto ao túmulo, erguido como os dólmens druídicos, acima de sua tumba, seu lema: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei", em francês.



Enviado por Catiane Queiroz