Valores Humanos em Família
"Os pais têm a
responsabilidade primária de moldar o caráter dos filhos”.
Sathya Sai Baba
Sathya Sai Baba
Todos nós sabemos, porque
sentimos na própria pele, o quanto é fundamental para o individuo,
a família, e a sociedade planetária o resgate dos valores humanos
se quisermos construir uma nova visão da vida, do ser humano e uma
nova organização social. Só se resgata o que foi perdido e é
inconteste que estamos numa sociedade orientada por uma inversão de
valores éticos e morais. Perdemos a conexão com os princípios
fundamentais que estruturam a consciência e criamos falsos valores e
necessidades artificiais. Por outro lado, não existe ser humano que
não viva pelo menos algumas vezes os valores humanos. Mesmo aqueles
que caminham como um exército paralelo ao desenvolvimento
civilizatório infringido leis naturais, sociais e leis espirituais,
em algum momento demonstram valores. Também aqueles excluídos de
direitos civis e que são o resultado do descaso institucional
procuram viver valores ainda que eventualmente para permanecerem
humanos. Negando os valores que nos definem como seres humanos nos
tornamos uma ameaça para o planeta e para a preservação da nossa
própria espécie. Falamos muito em direitos humanos e nos esquecemos
que se vivermos valores humanos os direitos humanos serão
respeitados automaticamente. É justamente pelos valores, crenças e
sistemas de conexões do homem consigo mesmo, e com a família, que
constitui o seu universo mais próximo, e com a sociedade e o mundo,
seu meio de interação mais vasto, que se constrói um padrão de
relações interpessoais. Os valores humanos definem o caráter, a
relação em família, a cultura, a dinâmica social, a economia e a
política. Então o que devemos fazer? Como despertar os valores e
pratica-los no cotidiano de nossas vidas? Acredito que o processo se
inicia com a auto-indagação. A primeira providência é procurar
saber se os valores humanos estão sendo praticados por nós mesmos
antes de cobrar dos outros um comportamento ético e digno. Uma boa
pergunta é: Eu tenho vivido os valores que quero que os meus filhos
vivam, que as pessoas que conheço vivam? Identificar os valores
requer honestidade e disposição para corajosamente transformar a si
mesmo em uma pessoa melhor e mais verdadeira. Outra pergunta que
devemos nos fazer é: “Eu acredito mesmo naquilo que digo que
acredito? Eu sou feliz, minha família é feliz? Se a resposta for
negativa, pergunte-se sobre o que tem feito para ser e fazer feliz. E
a partir dessas reflexões comece a buscar soluções
transformadoras. O poder transformador dos valores reside na sua
simplicidade e no fato deles permearem a vida. Os princípios
espirituais, éticos e sociais se enraízam na família; e a família
atualmente está bastante insubstancial e sem significação. O
propósito da família deve ser o encontro e não o confronto. É
preciso reaprender a conversar, cuidar, trocar ideias e opiniões
numa atmosfera fraterna e livre que estimule o acolhimento do outro
pelo coração. Um aspecto importante para ser aprendido em família
é como ouvir praticando a escuta empática, ou seja, a capacidade de
ouvir sem julgar ou apresentar soluções, simplesmente ouvir
sentindo o momento do outro. Desse modo a comunicação acontece pela
escuta do “que para quem”. E o interlocutor é o mais importante
durante a conversa. Outro fator relevante é o respeito mútuo e a
reverência. Os pais precisam retomar seu papel de educadores e não
se limitarem a criar os filhos. O educador em valores humanos quer
sejam pais quer professores precisam saber estabelecer limites e
dizer sim e não com discernimento. Somente quem sabe amar é firme e
compreensivo, quem não sabe é duro, rígido, autoritário e
empedernido. Esse é o primeiro passo a ser dado para ensinar os
filhos a ultrapassar seus próprios limites e discernir com autonomia
sobre a responsabilidade do que pensa, sente, fala e faz. Em família
temos o hábito de impor valores e regras e emitimos opiniões sem
abertura para dialogar, isso irrita tanto os pais quanto os filhos
porque soa como autoritarismo e provoca antagonismo e distanciamento.
A consciência dos valores humanos como expressão da nossa
verdadeira identidade nos remete ao divino em nos e nos nosso
semelhantes e isso torna a vida sagrada.. Pela vivencia dos valores
humanos reaprendemos a amar e a abrir mão, renunciar sem sofrimento.
O amor unifica as diferenças e nos aproxima pelo coração, e a
autoconfiança e o desapego revelam que dominar e querer estar no
controle não é prioritário. Mostra que o caminho mais fácil é o
exemplo, é praticar o que se prega. Desse modo adquirimos autoridade
para ajudar nossos filhos a identificar seus próprios valores,
talentos, qualidades e defeitos. Isso permite que eles por si mesmos
aprimorem suas qualidades e superem seus defeitos. As crianças que
não tenham uma base familiar firme podem ser despertadas para seus
valores inerentes por orientadores-mentores que atuem de acordo com
os valores e nutram na mente e no coração dessas crianças um
comportamento voltado para a Verdade, a Beleza e o Bem. O que é
valor? É o que confere importância e significado as coisas, as
pessoas e a vida. Falar de valores humanos implica subjetividade.
Todos nós temos valores e antivalores transmitidos pela família,
educação, e meio social e cultural, eles são a base dos nossos
pensamentos, comportamento, escolhas e atitudes. Porém, nem todos
são capazes de afirmar conscientemente quais são os seus
verdadeiros valores. Existem valores de sobrevivência e valores de
transcendência. Os valores de sobrevivência são circunstanciais e
relativos e podem variar de cultura para cultura. O ocidente, por
exemplo, valoriza mais a independência e a individualidade, enquanto
o oriente enfatiza a cooperação e a integração, mas ambos
valorizam a educação como fio condutor de transformações e a
família como base estrutural da sociedade. Os valores de
transcendência são permanentes porque se referem ao espírito e são
compartilhados por todos os seres humanos independente de raça
cultura ou credo. A importância da educação espiritual na família
e na escola é muito grande, porque os valores espirituais
fundamentam os valores de sobrevivência que inspiram valores éticos
naturalmente. Somente a espiritualidade revela a excelência humana,
isso independe de religião. Os valores espirituais devem ser
despertados e conscientizados no intimo de cada um pela reflexão do
que é realmente importante na vida. Não se trata criar adeptos para
determinada crença religiosa nem de formar pessoas cultas e de boas
maneiras apenas, mas ajudar a aflorar de dentro para fora os
princípios que irão nortear a vida dos nossos filhos. Como as
crianças constroem sua escala de valores? Observando os pais. Nossas
palavras, ações e respectivas consequencias ilustram e legitimam a
importância de viver valores humanos. É importante para os pais,
reconhecer que todas as situações são oportunidades para refletir
sobre valores e demonstrar para a criança o quanto vive-los pode
fazer dela uma pessoa mais feliz. Atualmente nós estamos vivendo
numa sociedade impiedosa e injusta que não acredita que os valores
espirituais valham a pena e não crê que felicidade seja possível.
Essa é a sociedade que pela pratica dos valores humanos queremos
transformar, e para isso nossos filhos precisam ser convidados por
nós a refletir sobre seus próprios valores. É importante que sejam
agentes de transformação e não de acomodação diante da vigente
distorção de valores. Para uma educação baseada em valores é
preciso haver harmonia de princípios e propósitos entre família e
escola. Caso contrário pode criar impacto e gerar situações
adversas e conflitantes com a educação transmitida pelos pais em
família e vice-versa. Essas situações devem ser aproveitadas para
ajudar a criança a ficar ciente dos seus próprios valores, do que
sente e acredita para aprender a lidar com os desafios, que se
apresentem no decorrer de sua vida com lucidez e autoconfiança. O
seu conteúdo interior lhe confere poder para analisar o que é
relevante em relação a experiência vivida e ao seu comportamento e
reações diante das diferentes situações. Mediante impasses
podemos explorar nossas potencialidades e aquilo que fere os
sentimentos e os valores, pode forjar a retidão e fortalecer o
caráter. Nossas crianças precisam ser capacitadas para se integrar
em sociedade pela firmeza do caráter, isso as capacita para
reconhecer e ultrapassar a barreira do erro, e da adversidade com
lucidez e discernimento. Respeitar a pluralidade de escolhas dos
semelhantes, acolher o diferente buscando pontos de contato e
compreender as diferenças aberturas para o aprendizado. Portanto,
construir conscientemente uma relação de valores na família é uma
tarefa conjunta que deve ser compartilhada por pais e filhos. Os
valores humanos são dons que recebemos de Deus e colocando esses
dons em pratica e a serviço da sociedade revelamos excelência como
indivíduos, pais, profissionais, e cidadãos.
Por: Marilu Martinelli
Leia
mais:
http://www.revistasextosentido.net/news/valores-humanos-em-familia/
INVERSÃO DE VALORES : Ser honesto é ser idiota, babaca, imbecil; Ser
educado é ser covarde, gay, esnobe; Ser responsável e comprometido no trabalho é
ser puxa saco, babão; Ser sensível é ser gay; Ser malandro, sacana, safado
é ser esperto, atraente, notável, passivo de admiração e elogios; ser professor é ser pai e mãe !
manollo ferreira
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