Após assistir ao
magnificente e intrigante filme nacional "Quanto
Vale ou é Por Quilo?" De
Sérgio Bianchi, deparei-me com um desalentador sentimento de descrença e desesperança nas intenções “humanas” de solidarização e de filantropia à seus pares, mediante a exploração do ser sobre o ser, .
O filme numa inter-relação com os tempos atuais e o tempo da escravatura, tem como enfase
retratar práticas assistencialistas e de exploração humana,
geridas por indivíduos sobre indivíduos, como também de indivíduos no uso de instituíções de "caridade" não
governamentais (ONGs) e
outras entidades assistecialistas afins, configurando-se na promoção de superfaturamentos,
desvios e lavagem de
dinheiro,
extenuados
plasticamente no
pagamento de aluguel, manutenção de propriedades, taxas municipais,
estaduais e federais, montagem de escritórios, pagamentos de
salários de pessoal, viagens de avião, de computadores, de diárias
de hotéis, de contas de restaurantes, de táxis, de mídia e
agências de publicidade. E como principal tática de captação de
recursos, explora-se o desespero, a miserabilidade, a ignorância, o
analfabetismo, a deficiência física e mental, as questões
ambientais, étnicas, religiosas, de gênero, etc., ludibriando e
roubando a inconsciência daqueles que são desprestigiados pelo
estado nas suas necessidades básicas, de aceitação, de compromisso
e de obrigação, e assim desta forma, os responsáveis por essas
entidades acumulam exorbitantes valores monetários em contas
particulares, expandindo seus patrimônios, ratificando assim o
quanto é um bom negócio trabalhar com os desassistidos sociais, a ser
representado com fidelidade na frase do autor, "mais
valem pobres na mão do que pobres roubando".
Senti-me estarrecido e
ambíguo após assistir ao filme. Penso agora sobre a relatividade
sobre as manifestações humanas de altruísmo solidário e
filantrópico, pois fui assim conduzido ao despautério da dúvida,
dúvida esta compreendida na bíblica frase do "fazer o bem sem
olhar a quem" (e quem será esse tal de “Quem”?),
interagindo com outra épica frase de origem popular, "quem faz
o bem recebe o bem”, aí eu pergunto... Ao bem de quem? Dúvida
esta já insuflada na lendária frase de shakespeare "ser ou não
ser, eis a questão!".
Pois diante desta cruel e
contraditória realidade, fcheguei a cética observação de que ninguém
faz nada de graça. Seria então calúnia afirmar que quando alguém
faz uma boa ação tem por finalidade e necessidade espiritual somar
pontos na busca da tão cobiçada salvação? E em outros casos de
uma acentuada boa ação, se pode observar que depois se configurará
uma "contra partida" pautada em valores de favores? E
então, o que fazemos é por convicção ou por conveniência? Seria
esta tal observação egoísta? Ou seria esta forma de compreensão maniqueista?.
Dia a dia, várias
entidades de cunho “filantrópico” surgem em belíssimos prédios,
em sofisticados escritórios, em casas, em quartos, em barracos, em
qualquer esquina do mundo - pobre - a todo o momento, arrecadando não
somente mais dinheiro, mas também alimentos, roupas, móveis,
utensílios, imóveis e tudo que lhes der lucro e conforto.
Todavia,
não estou aqui somente com o intento de desabonar o papel das ONGs
ou qualquer entidade que se proponha a filantropia, pois “ainda”
acredito que existam muitas representatividades não governamentais
pautadas na legabilidade e nos seus reais fins beneficentes. E por
isso digo-lhes, que esse texto tem por finalidade não induzir
ninguém a descrença no bem, porém mediante as consignas refletir
na frase, "o
bem, ao bem de quem?".
Precisamos nos abolir das conveniências impostas pelo egoísmo.
manollo ferreira
2 comentários:
Ao assistir o Filme "Quanto vale ou por quilo?" de Sergio Bianchi,fiquei angustiado, e então senti a famigerada necessidade de produzir um texto que problematiza uma marcante e popularmente conhecida frase: "Fazer o bem ao bem de quem?".
Assista o filme (encontra-se nas locadoras), aprecie o texto e comente.
ainda ñ vi esse vilme, vou tentar ver e comentar aki.
joana
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