terça-feira, 20 de novembro de 2012

Dia Da Consciência Negra


Ao Suplicio Da Cor




Ao visceral cheiro de carne escrava parida da cor
Que pende em pátria distante ao comando da dor
Brada veementemente intercalado suplício a laconizar.
Na língua a mudez, ao grito a surdez a se pronunciar
Aos foscos e catatônicos olhos, à verticalidade a agonizar
O banzo ao ser por se personalizar
Na indiferença ao cansaço por se perdurar
Interrogativos flagelos a murmurar
Mão ao vento por toar atroz a disciplinar
Rebentando em chaga d’alma carne em sangue a brotar
À fúria grotesca humana a postergar
Atende assim, a morte a alguns por se condoer
Rufam os tambores a suscitar!
Soam os grilhões a trotar!
Trilham os chicotes a tripudiar!
No limiar do desfavorecer, raça, cultura, crença, esperança a tonificar
Às senzalas, nos cativeiros, aos quilombos a propagar
Erguem-se princípios, valores a resistir por alforriar
Num ato de justiça a se considerar
Convalescendo o propósito
Luta a luta, as diferenças a abolir
Ao malfazejo do poder a se ruir
Horrenda presunção do pigmento da epiderme por subtração
À raça humana em degradação.
Em corpo e mente a segregação
Na suplantação ao negro despotismo da bipartição étnica a se figurar,
Áurea se fez por indistinta,
Todavia dissimulada, a esta “sociabilidade entre os iguais”.


Imagem: Google

manollo ferreira

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