O semiárido, dos contextos e dos contrastes, dos sertanejos e nordestinos, das pluralidades e singularidades da sua gente, e de suas culturas, memórias e histórias. Nos tempos dos tempos das suas terras fartas, cachoeiras, rios, riachos, serras, serrotes, chapadas, vales, mares, brotaram sonhos, vontades, verdades. Do homem e da mulher que planta, que colhe, que cria boi, bode, avestruz, porco, galinha, peixe em cativeiro, abelha em apiário. Programas tecnológicos, produtos de consumo e de produção, que compra e que vende, administra, gerencia, que consome e que exporta de tudo que se tem, de tudo que nessas terras se pode dar.
No cinza do seu verde a caatinga implode em cores, entoada na macambira, na faveleira, na catingueira, na umburana, no umbuzeiro, no mulungu, na flor do mandacaru, na carreira ligeira da cobra corredeira, do teiú, do tatu, do calango, do preá, no vou rasante do carcará, da codorniz, da coruja buraqueira, no canto sonoro do sabiá, do azulão, do cardeal, do bem te vi, quem bem se quis te ver por lá.
Menino e menina brincando na rua, na varanda ou na piscina, no terreiro, no cercado ou no riacho, correndo do bicho, preso no carrapicho, ouvindo causos de assombração, cantigas de roda, viajando na net, brincando de gude, garrafão, rodando pião, game, bola no campo ou na televisão, pintando o sete no lombo de um jegue ou de uma moto, fazendo poeira, se “emburraiando” no chão, em tempos de chuva correndo na lama, tomando banho de bica, se escondendo com medo do trovão.
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte...” cidadão brasileiro, do mundo, homem, mulher, menino, menina, construtores do tempo, de dias comuns, de sol a brilhar, de noites de lua a cintilar estrelas a palpitar... Senhores e senhoras da evolução, do trabalho, da educação, da poesia, da tecnologia, da alegria, da fé na religião.
Foto: Google
manollo ferreira
2 comentários:
Perfeito! Amei o texto primo. Beijos
Parabéns meu amigo e poeta Manollo Ferreira, seu trabalho é fantástico!
Parabéns e um grande abraço!!!
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