quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Sinuosas Nuances Do Acreditar


Acredito em subversivos lábios anônimos,
Com aveludados e cálidos verbetes anômalos.
Acredito na violentação incisiva do motejo,
Na dissonante lamuria de um olhar em gracejo.
Acredito na performance existencial do natural,
No livre arbítrio do louco em sua personagem principal.
Acredito na essência substancial do instinto,
No ato maquinal do pensamento em rompimento.
Acredito na pretensiosa propriedade do sentido,
Nos místicos olhos efervescentes em libido.
Acredito na maquiavélica silhueta da menina,
Na simétrica anatomia hormonal que a mim fascina.
Acredito no singular plural do pecado,
No aleatório desafio de um futuro pós-passado.
Acredito na póstuma obra ignorada
Na emancipada métrica da poesia disseminada
Acredito no psicodélico deslumbre da arte,
No artista em seu figurado sentir desmesurado.
Acredito na virtual igualdade social,
No incontido negro, índio, “deficiente”, casto do planalto central.
Acredito no id, ego ido da placenta maternal,
Na despretensiosa rebeldia do rompimento umbilical.
Acredito nas sinuosas nuancem do acreditar,
Nas falas sinceras de quem ainda não ousou falar...



manollo ferreira

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