Acredito em
subversivos lábios anônimos,
Com aveludados e
cálidos verbetes anômalos.
Acredito na
violentação incisiva do motejo,
Na dissonante
lamuria de um olhar em gracejo.
Acredito na
performance existencial do natural,
No livre arbítrio do
louco em sua personagem principal.
Acredito na essência
substancial do instinto,
No ato maquinal do
pensamento em rompimento.
Acredito na
pretensiosa propriedade do sentido,
Nos místicos olhos
efervescentes em libido.
Acredito na
maquiavélica silhueta da menina,
Na simétrica
anatomia hormonal que a mim fascina.
Acredito no singular
plural do pecado,
No aleatório desafio
de um futuro pós-passado.
Acredito na póstuma
obra ignorada
Na emancipada
métrica da poesia disseminada
Acredito no
psicodélico deslumbre da arte,
No artista em seu
figurado sentir desmesurado.
Acredito na virtual
igualdade social,
No incontido negro,
índio, “deficiente”, casto do planalto central.
Acredito no id, ego
ido da placenta maternal,
Na despretensiosa
rebeldia do rompimento umbilical.
Acredito nas
sinuosas nuancem do acreditar,
Nas falas sinceras
de quem ainda não ousou falar...
manollo ferreira
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